domingo, 14 de novembro de 2010

Ao Filho do Carbono e do Amoníaco...


Hoje dia 12 de novembro completaram-se 96 anos da morte de um dos maiores poetas que o Brasil e o mundo já viram, Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos(Augusto dos Anjos).
E por seu trabalho ser uma de nossas maiores fontes de inspiração, nada mais justo que inaugurar nossa seção de posts destacando todo respeito e admiração merecido por este ícone da literatura.
Apesar de sua obra em vida ser resumida ao magnífico livro intitulado “EU”, Augusto dos Anjos é comparado a nomes como Baudelaire , Nietzsche, Byron, Giacomo Leopardi entre outros, sendo Augusto responsável  por criar um estilo próprio e inconfundível de encarar e expressar o mundo na forma de palavras, cantando as misérias da carne junto ao apodreciemento progressivo da conciência humana, expressando toda nossa existência,  sentimentos, temores, fraquezas e indignações através da maneira única a qual imortalizou a imagem do eterno Augusto Dos Anjos!

VERSOS ÍNTIMOS
Vês?!  Ninguém assistiu ao formidável 
Enterro de tua última quimera. 
Somente a Ingratidão — esta pantera — 
Foi tua companheira inseparável! 

Acostuma-te à lama que te espera! 
O Homem, que, nesta terra miserável, 
Mora, entre feras, sente inevitável 
Necessidade de também ser fera. 

Toma um fósforo.  Acende teu cigarro! 
O beijo, amigo, é a véspera do escarro, 
A mão que afaga é a mesma que apedreja. 

Se a alguém causa inda pena a tua chaga, 
Apedreja essa mão vil que te afaga, 
Escarra nessa boca que te beija!

Conheça um pouco mais da obra deste mestre do grotesco: http://www.biblio.com.br/conteudo/AugustodosAnjos/augustodosanjosobras.htm

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